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25 de abril - foi bonita a festa pá.
Liberdade Pergunto ao vento que passa notícias do meu país e o vento cala a desgraçado vento nada me diz. Pergunto aos rios que levam tanto sonho à flor das águas e os rios não me sossegam levam sonhos deixam mágoas. Levam sonhos deixam mágoas ai rios do meu país minha pátria à flor das águas para onde vais? Ninguém diz. Se o verde trevo desfolhas pede notícias e diz ao trevo de quatro folhas que morro por meu país. Pergunto à gente que passa por que vai de olhos no chão. Silêncio - é tudo o que tem quem vive na servidão. Vi florir os verdes ramos direitos e ao céu voltados. E a quem gosta de ter amos vi sempre os ombros curvados. E o vento não me diz nada ninguém diz nada de novo. Vi minha pátria prega danos braços em cruz do povo. Vi minha pátria na margem dos rios que vão pró mar como quem ama a viagem mas tem sempre de ficar. Vi navios a partir (minha pátria à flor das águas) vi minha pátria florir (verdes folhas verdes mágoas). Há quem te queira ignorada e fale pátria em teu nome
Augusto Boal 1931/2009
Todos podemos fazer teatro. Todos podemos ser personagens das nossas próprias vidas. Era nisto que acreditava o dramaturgo brasileiro de ascendência portuguesa Augusto Boal, fundador do Teatro do Oprimido, que morreu sábado 02/09, aos 78 anos, no Rio de Janeiro. A ideia de Boal é simples: todos somos teatro. E, sendo o teatro a capacidade humana de nos observarmos em acção, precisamos de recuperar a nossa capacidade de actuar. O Teatro do Oprimido não surge por acaso na vida de Boal: foi uma necessidade, uma resposta criativa aos problemas que foi encontrando, uma vontade de pôr o conhecimento e os instrumentos teatrais ao serviço do combate à injustiça e à exploração. E parece uma resposta que o próprio Boal integrava no conjunto das suas práticas, como activista político, como militante cultural, como interventor teatral, como cidadão do mundo. Quando estava no exílio Chico Buarque dedicou-lhe a canção-carta Meu Caro Amigo ( 1976). "Meu caro amigo eu não pretendo provocar/ Nem a